sábado, 26 de abril de 2008

Episódio VIII

Era atual O sol entrou pelas janelas do quarto dela. Estava uma manha fria. Não tão frio quanto seu coração, mas mesmo assim, imensamente gelado. Kagome então se aninhou mais as cobertas tentando se proteger. Mas subitamente algo a fez levantar correndo. As pernas mal conseguiram a levar ate o banheiro. As mãos levantaram correndo a tampa do vaso e ela vomitou o resto do que havia comido na festa de Sango. Droga! Era só o que faltava! Alem de tudo, agora também passava por esta fase terrível de dor de estomago. Ficar doente era tudo que ela não queria. Lavou a boca e se olhou no espelho. Estava horrível. As olheiras profundas pareciam saltar entre seus olhos. Pálida e triste. Que bela figura ela formava. Realmente, era a bruxa das historias infantis. Disso sempre soube, afinal, não era ela que se metia no “amor verdadeiro” de Kikyou e Inuyasha. Ao pensar no casal sentiu outra contração no estomago. E correu novamente ao vaso sanitário. Ótimo! Começara bem o dia! Foi para a escola ainda com dor de cabeça e náuseas, mas lá pelas 10 horas da manha seu estomago aquietou e ela começou a se sentir bem. -Kagome, você esta péssima. -Obrigada Yuka. A amiga riu. As duas se sentaram em frente a quadra de vôlei. O dia, apesar de estar frio, tinha um aspecto lindo, com o sol maravilhando a todos. Logo os amigos chegaram-se a ela e todos começaram a falar da vida na escola. Kagome imaginou se não era ingrata a vida, pois tinha tudo que uma garota de sua idade poderia querer. No entanto, ela era infeliz. Mesmo cercada de gente, sentia-se solitária. Mais tarde, ao retornar para casa ela resolveu ler. Adorava romances e pegou um na biblioteca da escola. Já deitada na cama ela folheava o livro, mas nada enxergava. Ainda era muito recente a ultima que Inuyasha tinha lhe aprontado. Ainda doía profundamente. Não percebeu e cochilou. Uma batida na porta a despertou. Meia zonza ela abriu e a mãe, sorridente, do outro lado lhe chamava. -Kagome, temos visitas. -Quem? Por algum momento tolo ela quis que fosse Inuyasha. Como as mulheres são tão burras?, pensou. Porque nos sempre desejamos o impossível? Mas Kagome sabia que não era e nunca seria a primeira mulher a querer tanto o amor de alguém que não estava disposto a amar da maneira que ela desejava. -O seu colega de escola.. Houjo.. acho que é este o nome dele. Tudo que Kagome não queria agora era visitas. Mas enfim, não havia nada que ela pudesse fazer. Desceu ao andar de baixo e encontrou o rapaz. -Kagome, vim ver se estava doente de novo. -Não, só estou com uma indisposição estomacal. Mas estou ótima. E ficaram falando de banalidades. Já era quase hora da janta e o menino foi convidado para comer na casa dela. Os dois sentaram-se a mesa e logo após a oração de agradecimento, alguém bateu na porta. -Quem será que é? – perguntou o avô de Kagome. Ela deu os ombros e a mãe foi correndo atender. -Kagome, é o Inuyasha! Ela quase engasgou. Mas viu o meio youkai entrar tranquilamente pela cozinha usando o boné que ela havia lhe dado. Provavelmente Inuyasha deve ter sentido o cheiro de mais alguém na casa e resolveu coloca-lo para aparecer na frente de outras pessoas. Ele olhou pra ela intensamente, mas logo encarou o colega de Kagome. Houjo sustentou o olhar. Era claro que os dois iriam se confrontar, mas com um sorriso a mãe de Kagome tocou no ombro de Inuyasha. -Sente-se querido e jante conosco. Vou pegar mais um prato. -Ele não vai jantar - disparou Kagome. – o que quer? Fale logo e vá embora. Estava humilhando ele publicamente, mas Inuyasha merecia isso. Havia machucado seu coração e agora ela se defendia! -Você esta doente? Esta tão pálida... Kagome sentiu o rosto esquentar de raiva por ele ter ignorado sua agressão verbal e ainda a responder com um tom preocupado. Ela sentiu palavras atrevidas dançar na sua boca, mas foi sua mãe que respondeu. -Kagome esta com dor de estomago desde ontem. Deve ter comido algo estragado no casamento. – ela disse docemente ao Youkai, e após se dirigiu a Kagome - Comporte-se menina! O Inuyasha vai achar que não somos hospitaleiros. -Não ligo a mínima pra opinião dele. Que mentira! Era claro que ligava. Daria a vida para que neste momento ele gritasse na frente de todos que a amava e depois a carregasse ao quarto e fizesse amor. Não era a hora de pensar em sexo, mas desde a relação deles, ela sentia uma ânsia insuportável. Antes imaginava como seria fazer amor com ele, mas agora o corpo já conhecia a força viril de Inuyasha e isso a deixava louca por mais. O meio Youkai sentou-se a frente dela e de Houjo. O amigo de Kagome não abria a boca e Inuyasha odiou ver ele ali, do lado dela como se fosse seu namorado. Bom, podia ser que fosse, pois Kagome não era mais nada dele. Havia a magoado profundamente. Talvez ela tivesse dado uma chance aquele idiota. Forçando-se a mudar o rumo dos pensamentos, re­cordou Kagome em momentos felizes, mas aquilo foi uma tortura ainda maior, pois ele mais uma vez deparou-se com a evidência de que tivera um tesouro nas mãos e perdera-o. E ver Houjo ali, praticamente babando em cima dela, fazia seu corpo inteiro tremer de ódio. Inuyasha observou a volta da mãe de Kagome e a mulher o serviu. Ele parecia uma criança aguardando a mãe. Então um nó formou-se na garganta de Kagome. Ele crescera longe do amor de alguém. Kagome tinha uma relação muito próxima da sua família e não sabia o que faria sem ela. E Inuyasha? Ele era tão sozinho. Crescera rejeitado, abandonado. Sua mãe tivera o mesmo destino pelo pecado de amar alguém proibido. Então Kagome sentiu uma vontade louca de aninhá-lo nos braços e beija-lo. Queria que ele soubesse que ela sempre estaria lá. Mas infelizmente o próprio Inuyasha destruiu esta promessa. Devia estar comple­tamente louca, para sentir pena do homem que a traíra! Ela o desprezava, nunca mais queria vê-lo. Nunca! Mas, no entanto ficava tão feliz de ele estar ali na sua frente comendo a comida de sua mãe. -Kagome.. como você esta? – ele repetiu a pergunta. A pergunta a despertou. Estava olhando para Inuyasha e havia deixado os pensamentos a levarem. Por que ele queria saber como ela estava? Consciência pesada? -Como vê, sobrevivi ao nosso ultimo encontro sem nenhuma cicatriz. Houjo levantou os olhos para ele e depois olhou para Kagome. Será que ele pensava que Inuyasha a havia agredido? Bom... Teria que explicar para ele mais tarde. Kagome havia falado aquilo certa de que Inuyasha agora pensava que ela nem ligava pro que havia acontecido na era feudal. Mas ele sabia que não era bem assim. Via nos olhos dela a dor por tê-lo visto com Kikyou. -Kagome, você ira cantar no festival organizado pela Eiri? – Houjo perguntou. A moça desviou os olhos do meio youkai. -Só se eu quiser ofender os ouvidos de alguém. – brincou. O outro riu e segurou suas mãos. Kagome sabia que Inuyasha estava vendo tudo e se deliciou em ser, desta vez, a que traía! -Esta sendo modesta. Você é a pessoa que melhor canta na escola. -E você esta sendo bajulador. –ela devolveu. Raios! Kagome esta flertando com o imbecil! E na frente de Inuyasha! O youkai apertou fortemente as mãos e tentou se segurar. Não queria fazer uma cena na frente da família de Kagome. -Mas ira ao festival? -Não sei... Vai me convidar? Houjo ficou completamente vermelho e Kagome deliciou-se com aquilo. Ela ouviu Inuyasha murmurar um palavrão e quase riu. Bem feito pra ele! Iria mostrar que ela tinha seus encantos. Ele não a valorizava, mas outros a queriam. -Eu.. é claro... gostaria muito que me acompanhasse... – falou desconcertado Houjo. Seguiu-se um silêncio pesado, tenso. Inuyasha tentou continuar comendo, mas seria impossível engolir, com aquele nó que se formara em sua garganta. Olhou para Souta, que deu de om­bros, imperturbável, e fitou o avô de Kagome, obviamente à espera de que ele dissesse alguma coisa. Não se sentia mais capaz de continuar lutando. Estava tudo acabado, ele perdera. Sabia que todos perceberiam que o flerte que acontecia naquela cozinha o abalara, quando ele pedisse licença para retirar-se da mesa, alegando mal-estar, mas pouco se importava. Tirou o guardanapo do colo e colocou-o sobre a mesa. Quando ia empurrar a cadeira para levantar-se, a mãe de Kagome pôs a mão sobre a sua e apertou-a de leve num gesto de encorajamento, como se dissesse: "Fique e agüente firme". Suspirando ele resolveu ficar. Mas estava entrando em choque. Kagome estava sendo cruel ao fazer aquilo. Era claro que ela percebia o que acontecia. Ele começou a suar ao imaginar o que aconteceria depois do festival. Será que aquele palhaço tentaria beijá-la? Não queria nem imaginar Kagome nos braços dele, amando ele. Droga! Então era isso que ela sentia quando o via com Kikyou? Nunca pensou que doesse tanto. Pouco depois Houjo foi embora feliz da vida. Kagome subiu ao seu quarto e deixou Inuyasha sozinho na cozinha. Ele sempre dormira no quarto dela quando a ia visitar, mas depois que transaram ele se sentia sem jeito de subir ate lá. E principalmente depois da cena que acontecera há pouco. Ela o largara. Escolhera Houjo e ele nem ao menos podia culpá-la. -Não fique assim meu menino – falou a mãe de Kagome colocando uma das mãos no seu ombro, num meio abraço. Ele sorriu pra ela. Era encantadora. E lhe dava conforto. Há quanto tempo não sentia um carinho inocente assim? Por alguns segundos os dois nada disseram e ficaram apenas num silencio fraterno sentados na cozinha. -Ela não me ama mais e a culpa é minha. -Bobagem. Desde que ela lhe conheceu, você é tudo para ela. Kagome o ama. Mas você tem que valorizar isso. Ela chora muito por você. -Sou um idiota. Eu não a mereço. -Disso não sei. Não tenho idéia do que aconteceu na sua era, Inuyasha, mas acho que você não deve desistir dela. O coração de Kagome é seu. Mas você deve tratá-lo com carinho para não perde-lo. -Sim, eu sei. -Suba agora e fale com minha filha. Ela precisa de você. -Ela não quer me ver. -Ela quer sim. Meu tolinho, você não entende o sentimento de uma mulher? -Bom.. na verdade, não. Os dois então riram. Era uma delicia esta sensação de família. -Inuyasha, Kagome precisa muito de você – a voz da Sra. Higurashi ficou seria. -Eu também preciso dela. -Você não esta me entendendo... Os olhos dele demonstraram curiosidade. -Como assim? -Ela esta grávida! -O que? Ele levantou subitamente. Kagome estava grávida? Mas eles haviam dormido apenas uma vez... não.. duas.. e já faziam algumas semanas. Não podia acreditar que tivera tanta sorte e acertara logo de cara. -Por que ela não me contou? Flertou com aquele imbecil com um filho meu na barriga. -Ora, ela ainda não sabe. Nem desconfia. Mas as regras dela vêm sempre no meio do mês, e não vieram ainda. Ela esta vomitando todas as manhas, esta irritada e sensível e ainda por cima teve uma tontura ontem. Eu já passei por isso antes duas vezes. Alem disso, contanto a noite que você passou aqui, ela deve estar de um mês. Inuyasha sentiu-se completamente envergonhado. -A senhora sabe o que aconteceu aqui naquela noite? -Você acha que eu não sei o que se passa debaixo do meu teto e com minha filha? Não ache que eu concordaria com isso, mas diante das circunstancia, e sabendo que vocês dois são um do outro, eu resolvi não me meter. Vocês se amam e já esperaram tanto pra ficarem juntos. O que aconteceu na minha casa foi apenas conseqüência. -Não sei como lhe agradecer... -Faça minha filha feliz. -É tudo que eu quero. -Então suba e vá falar com ela, já disse! Pulando de dois e dois degraus Inuyasha chegou ao quarto de Kagome. Continua...

Um comentário:

  1. kawaii.adorei a fic,agr qeru ver a continuação,q seja boa q q fquem juntos ^^.

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