domingo, 11 de setembro de 2016

Apenas pensamentos confusos...


Se fosse fácil, aos homens, evadir-se do tempo não encontraríamos sentido na vida. O sentimento de viver o aqui e o agora e, não pensar ou sequer refletir sobre a morte, assunto que causa medo e/ou terror, é uma maneira de nos evadirmos dessa ideia de corrosão a qual associamos a ação do tempo. "Viva o quanto e como pode", essa frase estampa comerciais e todo o tipo de slogan do presentismo, uma das formas de negar a validade das experiências passadas no tempo. O passado já passou, ou seja, não importa mais. Porém, o presente também vai passar e o futuro é algo q vai chegar e passar da mesma forma. Não importa a que tempo prefiram, ele é, e sempre será,  passageiro.  Todos os dias planejamos o futuro, seja daqui a dez minutos ou dez anos, mas me arrisco a afirmar que nunca incluímos a morte como futuro possível. Se pudéssemos  aceitar que caminhar sobre o véu do efêmero não significa negar o valor das experiências, mas dar um significado maior aos sentimentos e ao outro, não teríamos que nos preocupar com a morte, pois afinal ela seria o ponto de chegada, o pote de ouro no final do arco íris, pois teríamos vivido plenamente e agora estaríamos indo experenciar o outro plano. Quando relegamos o passado ao fundo do baú estamos nos desvencilhando de pensar sobre o tempo e, é dessa forma, sem a reflexão sobre a história e o tempo que tendemos a repetir os erros do passado. A história não é mais a mestra da vida, não devemos viver aprisionados a sombra do passado, porém sem a sua reflexão (a História) não somos capazes de tecer novos caminhos na tapeçaria de nossa experiência na terra.

Créditos da imagem: O tempo cava sua sepultura (Pawel Kuczynski) Disponível em: http://www.ronaldodiniz.com.br/geral/arte-para-questionar.html/attachment/pawel-kuczynski-tempo-morte