sábado, 27 de agosto de 2016

Mais uma do amor não correspondido!



Passo as mãos pelo seu cabelo e sinto como se tocasse pedaços de algodão, amaciando minhas palmas e, enrolando meus dedos em seus cachos penso no quanto as batidas de meu coração aceleram quando olha para mim desse jeito carente e desejoso. Ainda com o tato vou contornando sua face selvagem, seus sinais de expressão que tanto me encantam, seus lábios cheios de sorrisos e de uma sedução incontornável.
Paro por um instante para admirar o seu peito que por muitas noites acalmou minha ansiedade de ser sua.
Nos dias que te vejo de longe, desejo que seu quadril me abrace como antes, naquelas noites que tomamos os riscos do pecado para aplacar a tensão entre nossos sexos, “que depois tem o ano inteiro pra gente pagar”.
Hoje, te admiro à distância, te amo em silêncio, mesmo meus olhos gritando o quanto preciso sentir suas mãos no meu corpo.
Acabo esse desabafo de amor não correspondido quieta na plateia, distante física e afetivamente, mas aquecendo meu coração (ainda)com as lembranças, pois que o passado é presente e não poderia ser diferente por termos um amor em comum, a História.

Carolina Abreu – 13.07.2016