segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Ma Mémoire Sale - Louis Garrel






Lava
A minha memória suja neste rio de lama
Da ponta da tua língua limpa-me todo
E não deixes o mínimo vestígio
De tudo o que me liga e que me cansa
Ai de mim

Caça
Persegue-a em mim, só em mim é que ela vive
E quando a tiver na mira da tua espingarda
Não lhe dês ouvidos, se ela te implorar
Tu sabes que ela deve morrer de uma segunda morte
Então... mata-a

A hora
Fiz antes de você e não serviu para nada
De que serve as lágrimas inundarem as almofadas
Eu tentei, eu tentei.
Mas tenho o coração seco e os olhos inchados
Mas tenho o coração seco e os olhos inchados

Então queima
Queima-te quando tu te afundas na minha cama de gelo
A minha cama é como um bloco de gelo que derrete quando me abraças
Nada mais é triste, nada mais é grave
Se eu tenho o teu corpo como uma torrente de lágrimas

A minha memória suja no seu rio lamacento
Lava
Lava
A minha memória suja no seu rio lamacento
Lava