quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um pouco do que aconteceu com Frei Tito...

O martírio de Frei Tito marca um tenebroso capítulo dos anos de chumbo impostos ao Brasil pela ditadura militar, a partir de 1964. Preso em 1969, ele foi brutalmente torturado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury e pelos capitães Maurício Lopes Lima e Beroni de Arruda Albernaz. No Presídio Tiradentes, na rua Tutóia, em São Paulo, ouviu do capitão Albernaz, entre choques elétricos e espancamentos: “Se não falar, será quebrado por dentro. Sabemos fazer as coisas sem deixar marcas visíveis. Se sobreviver, jamais esquecerá o preço de sua valentia”. O requinte de sadismo chegou a limites extremos. Em uma das sessões de tortura, o mesmo capitão ordenou-lhe que abrisse a boca “para receber a hóstia”. A hóstia do capitão eram fios desencapados que provocaram choques elétricos na língua do frade.

Trocado pelo embaixador suíço Giovanni Buscher (seqüestrado pela Vanguarda Popular Revolucionária), Frei Tito se exilou na França. Porém, atormentado pelas lembranças dos torturadores, cometeu o suicídio, em 1974.

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