domingo, 11 de maio de 2008

“Beijos, só, Matam”



“Beijos, só, Matam”
Goulart Nogueira
1927 - ?


Em mim andam as dores ancestrais,
sofrimento de tudo quanto existe,
catedral é o mundo; eu sou o antiste;
sacrifícios nós somos, e missais.

Minha alma! Senhora! Onde morais?
Na saudade de além, que o hoje é triste...
Saudade, punhal! Só tu me viste,
que eu existo nas dores ancestrais.

Tudo aspira. - São lágrimas os mundos.
Os entes são perfumes oriundos
do Amor, por se quebrar a ânfora plena.

Recolho-me às corolas, fujo às cores,
mas nem sou o perfume nem as flores
e o perfume das flores me envenena.

Nenhum comentário:

Postar um comentário